segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

texto expontâneo

Tu-tu-tu. Um mundo se fechou, outro se abriu naquele instante. E ele ficou ali de pé, parado aguardando ser surpreendido. Ficou lá, e só. Esquecido por ele mesmo, só. Queria ouvir de novo palavras bonitas, mas não ouviu. Só o silêncio de seus ouvidos (que não carregavam lágrimas) o consolava (o fazia lembrar) e só. A borboleta havia se ido por hora, o deixado a sós, só por um instante. Ele era incapaz de entender, ficava ali parado e só. Se mexeu, olhou para a geladeira. “Se entupir de comida”, a primeira coisa que pensou sem entender o porque. Foi. Comeu queijo (que ela dizia gostar), chocolate, os dedos. Não pensava em nada, não percebia nada, não se preenchia com nada do que realmente necessitasse, não entendia o por que e só.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

a morte e o acaso

e escolhi deixar de existir para que pudesse existir
por nove vezes senti o não-gosto suculento no pensamento
por nove vezes assisti minha humana inexistência fluir
e percebi que sacrificio pós sacrificio ainda me sentia vazio

(então morri.)

e renasci, um novo e resistente ser vazio
sucumbi aos pecados da boca...
me levantei, e fui surpreendido pelo acaso

(então explodi, e quebrei.)

perdi o controle e a razão
a noite escura d'alma chegou
então o desespero me tomou
mas antes do ar vir a faltar
antes mesmo do dia voltar
notei que ainda tocava o chão

e escolhi aguardar a sentir a luz
da sabedoria me arder nos olhos

terça-feira, 26 de agosto de 2008

...genesis...

E ele disse:

- Que haja luz...

E ouve luz.