sábado, 19 de junho de 2010
[o poste, o olho e a caixa eletrônica ]
as linhas sangravam no espaço destempo, e no centro de tudo a torre negra silenciava. o tic tac se dava pelos topos de cabeça que passavam lá em baixo, os pombos pretos, brancos e grisalhos que pingavam em cada uma das faixas pretas plastificadas. era uma vida solitária e conformada, regada a poerira e significância falida.
num belo dia um dos topos de cabeça se mexeu de forma diferente, a torre notou dois olhos de carne e um olho eletrônico parados lá embaixo, apontados para toda a sua verticalidade que não dizia nada. o silencio previa ação e a torre estava presa sem poder se mover. foi o momento de um clique e sua alma foi roubada naquele instante sem cor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
wow !!!
O Poste é mesmo um poema e si. De cima mostrando todas suas conexões para lugar nenhum. No meio do caminho entre o céu e a terra, feito de pedra. O Poste para uma foto é um acontecimento. Um objeto-fato!
Bela foto!
Postar um comentário